segunda-feira, 2 de agosto de 2010

carta dois.

Samantha,

        Sei que no dia cinco, portanto, há dois dias, comemoramos nosso décimo aniversário de casamento e fizemos - ou renovamos - nossas juras de amor.
        Sei também que toda comemoração foi idéia minha.Que você não fazia questão e que preferia algo mais discreto e reservado a familiares e amigos próximos.
        Por isso mesmo, tento imaginar qual será sua reação quando se deparar com esta última carta que lhe escrevo.
        É estranho e complicado, mas foi justamente todo esse alvorço que me fez decidir não mais adiar meus projetos.Sim, há muito espero por isso que tenho chamado de "súbita coragem de viver".
        Você deve pensar, e com razão, que fui covarde, por ter então, me casado e construído uma vida equilibrada, estável e, sim, na sua maioria feliz.
        Mas é justamente este equilibrio e esta felicidade que me motiva a ir, sem destino, sem rumo, sem tempo, sem você.Me desculpe, se puder.Mas preciso ser duro,pois, senão, pode ficar alguma esperança ou pelo meu retorno, ou pela minha decisão.Mas não.Vou,pois aqui não é o meu lugar.

Adeus,

Alfredo.

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