terça-feira, 7 de dezembro de 2010

reverberações.

Dia após dia desse chuvoso Dezembro,uma pessoa convive com o misto de alegria e dor.Alegria e dor.Alegria e dor.Alegria e dor...

reverberações.

Sabe aquela tristesa que lateja no nosso interior? Aquela falta de ar subita,aquela vontade descontrolada de chorar?
Aquele aperto no peito,aquela solidão sem fim,aqueles dias interminaveis de verão com sua falta de mobilidade e seu peso habitual?
Então,nesse exato momento uma pessoa assim está.Momento este que precisa exatamente daquilo que ainda não tem.E isso não é uma loucura?

curtoegrosso.

ninguém
é só
perdedor.

o vento
nada pode
parar.

curto e
grosso:
você.

curtoegrosso.

lembrar
é também
esquecer.

esquecer
é também
lembrar.

ontem
como amanhã.
hoje.

carta cinco.

Emilse,

Não fará sentido,eu sei,tentar explicar o motivo,uma vez que para mim também está tudo um tanto quanto confuso.
Faz pouco mais de uma hora de nosso derradeiro encontro e parece,não posso afirmar devido o calor da hora,que definitivamente não sei deixar que os outros me amem.
Amo você é verdade.Nunca fiz questão de esconder porém,é tudo tão difícil,tão incerto,tão assustador... Você dirá e com razão "mas o amor é mesmo um terreno desconhecido e justamente por isso é motivador,fascinante.Então,por que o medo?"
Talvez seja a família,a sociedade,a religião ou tudo isso e mais um pouco.Talvez nada disso seja a razão.Tudo não passe de uma confusão interior,um descompasso entre o que quero e o que preciso ser.
Quem sabe não me enganei achando que seria assim que viveria(amaria) minha vida?
Desisto de tentar em uma carta,achar explicações para uma vida inteira.Preciso de tempo e se possível for,me perdõe pois não conseguirei mensurá-lo a você.

José Ricardo.