Tudo é estranho, o mundo muda, a vida perde o brilho, você se sente só e vazio. Nada tem muita utilidade ou razão, e o futuro é uma abstrata palavra.
Sonhos são objetos distantes que não dizem muito. Projetos deixam de existir com uma rapidez impressionante e seu olhar, falar, andar e pensar estão irreconhecíveis até para si.
Força se busca em todo lugar
provável e improvável. Se envereda
a falar com o primeiro que dispõe de pouco mais que trinta segundos para tanto,
e acredita (como acredita...) que o diálogo, a sensatez e principalmente o
sentimento que nutre, serão suficientes. Tolice.
Mantém certa distância de
lugares, pessoas, livros e discos, rotas e pensamentos, tudo em vão. Tenta
fugir e descobre não ser essa a melhor estratégia, e que encarar (por um
momento) também não. Se encontra diante de um horizonte deserto e com as mãos
atadas.