terça-feira, 5 de novembro de 2013

terapia. (última sessão)

Tudo é estranho, o mundo muda, a vida perde o brilho, você se sente só e vazio. Nada tem muita utilidade ou razão, e o futuro é uma abstrata palavra.

Sonhos são objetos distantes que não dizem muito. Projetos deixam de existir com uma rapidez impressionante e seu olhar, falar, andar e pensar estão irreconhecíveis até para si.

Força se busca em todo lugar provável e improvável. Se envereda a falar com o primeiro que dispõe de pouco mais que trinta segundos para tanto, e acredita (como acredita...) que o diálogo, a sensatez e principalmente o sentimento que nutre, serão suficientes. Tolice.

Mantém certa distância de lugares, pessoas, livros e discos, rotas e pensamentos, tudo em vão. Tenta fugir e descobre não ser essa a melhor estratégia, e que encarar (por um momento) também não. Se encontra diante de um horizonte deserto e com as mãos atadas.